Transformada em livro após a divulgação das obras exigidas no vestibular da Unicamp, "Sobrevivendo no inferno" tem caráter multimídia. Ainda que conte com outros elementos que ajudam a contextualizar a importância do álbum (como o excelente prefácio), é uma leitura que não se sustenta sozinha. Ao entrarmos em contato com as letras, a curiosidade natural é ir atrás das músicas - assim, o livro atua como um complemento e não como o objeto principal.
Com o panorama propiciado pela publicação, pude ver o quanto se trata de um produto cultural de relevância (o que justifica sua inclusão na lista do vestibular), contextualizador do racismo e dos discursos que o circundam.
Por outro lado, o fato de o CD ser do fim dos anos 1990 também traz algumas possibilidades de interpretação que, mesmo sendo anacrônicas, têm a sua importância. O tratamento dado às figuras femininas é um dos pontos de debate, já que está bem longe do sentimento de irmandade e paz defendido nas letras. Dessa forma, ainda que seja louvável o fato de uma instituição de ensino engajar os jovens a conhecer uma importante e contemporânea obra de rap nacional, o diálogo com o tempo que vivemos hoje ainda é necessário.
Com o panorama propiciado pela publicação, pude ver o quanto se trata de um produto cultural de relevância (o que justifica sua inclusão na lista do vestibular), contextualizador do racismo e dos discursos que o circundam.
Por outro lado, o fato de o CD ser do fim dos anos 1990 também traz algumas possibilidades de interpretação que, mesmo sendo anacrônicas, têm a sua importância. O tratamento dado às figuras femininas é um dos pontos de debate, já que está bem longe do sentimento de irmandade e paz defendido nas letras. Dessa forma, ainda que seja louvável o fato de uma instituição de ensino engajar os jovens a conhecer uma importante e contemporânea obra de rap nacional, o diálogo com o tempo que vivemos hoje ainda é necessário.
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