Em tempos de extremismos religiosos, "Dois papas" é um filme que propõe o diálogo necessário sobre a crença. Afinal, perceber as discordâncias na alta cúpula de uma mesma vertente religiosa ilumina as possibilidades de interpretação dos livros sagrados - confrontando a ideia de uma verdade única, aplicável a todos os povos.
Com exceção dos flashbacks que retomam a vida do papa Francisco, a obra aposta em uma linha muito mais argumentativa do que narrativa. Boa parte do longa se desenvolve na exposição das ideias dos papas Francisco e Bento XVI, que é realizada de modo respeitoso (ainda que não sem conflito).
Empregando limites difusos entre a realidade e a ficção, é certo que há uma tendência do diretor em valorizar bastante a figura do papa atual. No entanto, não se trata de uma idealização total; as falhas de Francisco não são ignoradas na narrativa, bem como a tolerância de Bento XVI (que aceita um representante com ideias contrárias às suas) é louvada.
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