Um pouco ressabiada com o fervor que o filme causou, só me senti estimulada a assistir a "Democracia em vertigem" após conhecer um dos trabalhos prévios da diretora - o excelente "Elena". E, mais do que a política, foi o fato de ser também uma obra permeada de visão autoral e trechos da própria biografia de Petra o que mais me atraiu para este documentário.
Em nenhum momento a diretora se isenta da sua posição ideológica durante a narrativa. Nesse ponto, é um documentário que foge à voz impessoal de uma terceira pessoa, assim como não trata a política como algo distanciado do dia a dia de cada um de nós.
Petra revela a polarização de sua própria família para, a partir dela, entender as origens da fragilização democrática do Brasil atual. Assim, conforme acompanhamos a investigação da sua árvore genealógica, escavamos nossas próprias raízes - na tentativa de entender como as discussões sobre política no churrasco da família reverberam um caos muito mais profundo.
Comentários
Postar um comentário