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Romeo and Juliet (William Shakespeare) + filme de 1996

Durante a adolescência, o encarte da trilha sonora original de "Romeu e Julieta" ficava pendurado nas paredes do meu quarto. Ao finalmente entrar em contato com a obra que lhe deu origem - e na sua língua original -, consigo entender mais claramente o impacto que a peça teve na minha formação como leitora.


Por mais que haja traduções disponíveis da obra (e por mais que o meu inglês capenga tenha de recorrer a elas), a experiência de ler Shakespeare no original foi muito reveladora. As sutilezas de linguagem que tornaram o dramaturgo tão reconhecido ainda são muito potentes, mesmo registradas em uma linguagem que hoje nos é arcaica.

Ao assistir ao filme, pude confirmar o que havia me encantando no fim dos anos 1990: muito mais do que a atualidade do filme de Baz Luhrman, o que me marcou profundamente foi a sonoridade dos versos e o contraste entre o discurso e o contexto. Assim, mesmo antes de o saber, Shakespeare me capturou por sua poesia.




Comentários

  1. Acabei aqui procurando sobre Anna Akhmatova, é interessante que sempre que pesquiso algo passo por algum blog que já foi abandonado há anos e acho muito legal ficar vendo as postagens, coisas abandonadas me interessam de alguma forma, mas qual foi minha surpresa ao encontrar um blog que se mantém atualizado desde 2014... é quase como se fosse alguém que insiste em não ser lido por quase ninguém, achei incrível.

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  2. Acabei aqui pesquisando sobre Anna Akhmatova, quase sempre que pesquiso sobre algo passo por alguns blogs abandonados, acho muito interessante ficar vendo as postagens e ideias abandonadas, ficar imaginando como está a pessoas que escreveu aquilo hoje, mas qual foi minha surpresa ao encontrar um blog que está atualizado desde 2014... é quase como se alguém continuasse a insistir em não ser lido por quase ninguém, assim como esse comentário, achei incrível.

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