Li este livro pela primeira vez um pouco depois de terminar a faculdade, em 2013. Odiei a leitura então – principalmente pelo fato de que já tinha uma ideia preconcebida sobre a obra, que passou bem longe do que o enredo de fato trata. O título me remetia a um cenário campestre, durante um pôr do sol, no qual algum camponês chegasse a uma realização pessoal em meio à plantação de centeio: era essa a imagem que tinha em mente quando entrei em contato pela primeira vez com Holden Caulfield, tão avesso a romantizações como a minha.
Durante a releitura, pude perceber que a minha insistência na imagem errada se parece à que o próprio Holden faz. Afinal, a personagem parte da compreensão equivocada de uma letra de música para chegar à conclusão de qual seria o sentido de sua vida.
Agora, já sem o choque de não encontrar na obra o que esperava, a releitura de "The Catcher in the Rye" foi uma das mais proveitosas que já fiz. Os sete anos que intervalam as leituras me deixaram mais paciente com a arrogância juvenil e os arroubos do protagonista. Sem julgar tanto, consigo entender melhor – e encontrar beleza nas tantas entrelinhas de Salinger. Talvez ainda não seja um dos meus livros preferidos, mas foi uma obra que cresceu muito com os anos na minha experiência particular.
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