Conheci a história clássica do livro de Golding por meio do cinema; não sabia nada sobre ela até assistir ao filme produzido em 1963. São mais de 8 anos que separam essa experiência do meu contato com o livro: agora, ainda que já soubesse o que se passaria na ilha, minha experiência de leitura só foi potencializada por já conhecer, de antemão, o quanto essa narrativa é instigante e provocadora.
Alguns pontos que ficaram ressaltados durante a minha leitura/visão do filme dialogam diretamente com o contexto de 2020: como não sabemos sobreviver a uma catástrofe, o quanto acreditamos na versão da história que é mais confortável para nós e como até os bons e justos (Piggy) também são falhos, além de frágeis. Além disso, é curioso observar que Simon, julgado como louco pelas demais crianças, é o que mais se aproxima da verdade sobre a ilha.
A leitura é arrasadora e sabe construir muito bem o ambiente em que as crianças interagem, dialogam e amadurecem (para o bem e para o mal). Quanto ao filme, é justamente a falta de efeitos especiais que consegue criar um clima de suspense maravilhoso, fazendo o espectador imaginar o que as cenas não puderam mostrar.
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