Vi alguns leitores comparando esta obra de Sefi Atta à tetralogia napolitana, de Elena Ferrante. A comparação até me parece justa, desde que tenhamos em mente que a obra de Sefi Atta foi escrita uma década antes da de Ferrante – apenas não teve a mesma visibilidade por motivos óbvios de como formamos e mantemos um cânone literário eurocêntrico.
O livro foi me ganhando aos poucos. No entanto, o desinteresse que a protagonista causa ao início também é calculado pela autora; como uma boa narrativa de formação, tem como objetivo mostrar as mudanças pelas quais a personagem passa e como, a partir delas, consegue reler os fatos de seu passado.
Conforme a protagonista se enxerga como feminista e consegue se libertar de algumas amarras sociais (bem como incentiva sua melhor amiga a fazê-lo), o discurso que perpassa a ficção é encantador – e remete bastante às famosas palestras de Chimamanda, que abriu o caminho ocidental para a descoberta de uma literatura nigeriana incrível.
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