Uma das piores partes da aprendizagem de línguas, para mim, é a passagem pelos livrinhos produzidos para estudantes do nível A1/B1. No entanto, como nem sempre consigo substitutos possíveis para eles (como bons livros de literatura infantojuvenil ou HQs), acabo me rendendo à praticidade – que raramente vem atrelada a um bom enredo ou a um conjunto de informações interessantes. "Le pendentif" não é de todo mal, mas passa longe de ser um livro indispensável (ao menos no caso de quem não está ainda engatinhando na língua).
Vulgarizado após a criação dos reality shows , o livro de George Orwell se tornou um daqueles clássicos que todos comentam e que ninguém leu. Qualquer um quer falar com propriedade do Grande Irmão, da sociedade vigiada, mas todos esses clichês não chegam perto do clima opressor que o autor impõe à sua narrativa. 1984 é uma obra provocativa e premonitória. Ainda que as ditaduras não tenham obtido o poder previsto pelo escritor (pois se travestiram de democracia), os cenários descritos são um retrato mordaz dos nossos tempos modernos. Um exemplo: para entreter a grande massa (os "proles"), o governo do Grande Irmão tem em seu poder máquinas que criam letras de músicas de amor aleatoriamente. Essas canções, desprovidas de essência humana, são entoadas pelo povo e logo se tornam o ritmo do momento. E assim se revela mais um dos inúmeros meios de controlar uma população que não pensa, não critica e não questiona. Quando foi escrito, 1984 era uma obra futurística. Lido h...
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