Após ler um conto de Scott Fitzgerald e seu romance "O grande Gatsby", resolvi embarcar ainda este ano nas minúcias de sua biografia: primeiro, assisti à série Z; e, agora, terminei este volume de cartas parado há uma década na minha estante.
A minissérie sobre Zelda Fitzgerald, apesar de contar com uma produção excelente, pouco me atraiu ao romantizar os dramas de um casal rico, branco e estadunidense na época do American Way of Life. No entanto, o recorte que a temporada única faz dá conta apenas dos anos iniciais de Scott e Zelda. Imagino que, se prolongada, a série me interessaria mais – e chego a essa conclusão pelo meu percurso de leitura das cartas de ambos.
A correspondência escrita durante os anos dourados – quando tudo fluía bem na vida dos Fitzgerald e, ainda assim, eles conseguiam cavar seu próprio fosso – foi a que menos me cativou. Como bons personagens trágicos, são os anos de perda e luto que tornam as figuras de Zelda e Scott emblemáticas.
A maior parte das cartas que compõem o volume é escrita por Zelda. E, aí sim, a escrita das missivas me pegou. Muito mais que "mulher de Fitzgerald", Zelda é uma escritora potente, capaz de metaforizar os infortúnios de sua vida de modo tocante. Assim, são cartas que criam um retrato frágil de quem as escreve, mas que é capaz de nos refletir muito bem (assim como dar um excelente panorama de época).
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