A academia nos ensina a ser especialistas; quanto maior o nível de ensino, mais desenvolvida é a nossa percepção de olhar a minúcia, o detalhe, e tentar entender como as particularidades se encaixam no todo. Nesse contexto, a abordagem generalista costuma ser malvista: afinal, o panorama nunca contemplará a razão de ser de cada elemento.
O famoso livro de Yuval Noah Harari vem questionar esses parâmetros; não se trata apenas de um recorte, mas sim de uma tentativa de entender motivos e razões que guiam a sua humanidade desde o começo do Homo sapiens. Claro que há superficialismos e simplificações; ainda assim, o autor consegue demonstrar, com perspicácia, teses criativas – que passaram despercebidas pela visão habitual dos acadêmicos.
Como todo livro que propõe um panorama histórico, deve ser lido com cuidado; afinal, as afirmações generalizantes próprias de sua estrutura não devem ser aceitas como verdades absolutas, mas como ponderações que não englobam muitas características particulares da espécie, da história, do contexto. Ainda assim, esse porém não torna inválidas as sagazes instigações a que o livro convida.
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