"O feminismo não é um estilo de vida, mas um projeto de ação política revolucionária": essa foi uma das tantas frases anotadas na leitura de Feminismo e política. Apesar de se declarar uma introdução ao tema, é um livro que vale a pena ler com a caderneta de apontamentos ao lado — ou pelo menos assim o foi para mim, que ainda tenho tanto a aprender sobre o assunto.
O fato de ser uma introdução não significa que seja uma obra didática ou não argumentativa. Os autores são bem claros ao levantar críticas a outros teóricos e correntes, como Simone de Beauvoir e Judith Butler. Além disso, fica muito explícita durante a leitura a necessidade de um feminismo pautado por reivindicações sociais justas (e não apenas pelo consumo neoliberal).
Muitos dos temas levantados não nos levam a um consenso, como a questão da pornografia e da prostituição. De fato, chega a ser chocante ver que algumas das críticas feministas (como a subjugação das mulheres na indústria pornográfica) podem se alinhar a valores da direita religiosa. Assim, o que a obra nos traz é um panorama crítico, sem medo de revelar as falhas e controvérsias dentro do(s) próprio(s) feminismo(s).
Vulgarizado após a criação dos reality shows , o livro de George Orwell se tornou um daqueles clássicos que todos comentam e que ninguém leu. Qualquer um quer falar com propriedade do Grande Irmão, da sociedade vigiada, mas todos esses clichês não chegam perto do clima opressor que o autor impõe à sua narrativa. 1984 é uma obra provocativa e premonitória. Ainda que as ditaduras não tenham obtido o poder previsto pelo escritor (pois se travestiram de democracia), os cenários descritos são um retrato mordaz dos nossos tempos modernos. Um exemplo: para entreter a grande massa (os "proles"), o governo do Grande Irmão tem em seu poder máquinas que criam letras de músicas de amor aleatoriamente. Essas canções, desprovidas de essência humana, são entoadas pelo povo e logo se tornam o ritmo do momento. E assim se revela mais um dos inúmeros meios de controlar uma população que não pensa, não critica e não questiona. Quando foi escrito, 1984 era uma obra futurística. Lido h...
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