Pensado inicialmente como um especial para televisão e formatado com elementos muito próprios do teatro, Wittgenstein é um filme que passeia com leveza por diferentes linguagens, ao mesmo tempo que nos questiona profundamente sobre o âmago filosófico da linguagem em si mesma.
Para mim, que pouco conhecia do linguista, a obra funcionou quase como uma explicação didática: cita quem ele foi, suas contribuições enquanto estudioso e seus pares na época em que viveu.
No entanto, ainda assim parte-se do pressuposto de que o público-alvo do filme é aquele que tem um interesse mínimo nos temas abordados. Mesmo que empregue a linguagem mais leve, própria de quem seria exibido na TV, ainda visa um interlocutor bastante específico. E isso se reflete inclusive nas escolhas estéticas da produção, que brinca com o experimental, o lúdico e o grotesco, criando uma composição predominante agradável... mas que não deixa de ser perturbadora.
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