Apesar de publicado em 2009, Literatura para quê? me cheirou a teoria literária empoeirada, guardada em estante. A proposição inicial de Compagnon é o que mais me interessou em seu curto livro: para ele, cabe fazer uma distinção entre a vertente teórica, que tenta aplicar ideias clássicas consagradas (retórica e poética) e a vertente histórica, que observa circunstâncias da época e contexto social (história literária e filologia). Contudo, apesar da diferenciação, avisa que o mais prudente é andar pelo caminho do meio, evitando as tensões extremas no campo da literatura.
Já o panorama histórico abordado por Compagnon, para justificar a suposta falta de interesse atual pela literatura, é bastante elitista. Além do mais, não considera a raiz da arte literária (que é oral) e nem as diferentes formas de mantê-la viva, fora do restrito campo de autores homens brancos e europeus aclamados. Além disso, na sua defesa entusiasmada da literatura, o autor ousa propor que ela talvez seja realmente a única forma possível de comunicação mais profunda — o que é, no mínimo, um tanto prepotente.
Já o panorama histórico abordado por Compagnon, para justificar a suposta falta de interesse atual pela literatura, é bastante elitista. Além do mais, não considera a raiz da arte literária (que é oral) e nem as diferentes formas de mantê-la viva, fora do restrito campo de autores homens brancos e europeus aclamados. Além disso, na sua defesa entusiasmada da literatura, o autor ousa propor que ela talvez seja realmente a única forma possível de comunicação mais profunda — o que é, no mínimo, um tanto prepotente.
Comentários
Postar um comentário