Um dos meus ex-alunos me disse uma vez que seu professor na faculdade de Filosofia havia proposto um questionamento: quantos deles, estudantes do curso, já tinham entrado em contato com termos como "silogismo" e "falácia" ao longo dos muitos anos que passaram produzindo redações dissertativas? O meu interlocutor me garantiu que havia sido o único a levantar a mão.
Desde que comecei a ministrar aulas de produção de texto me interesso pelo tema da lógica, pelo encadeamento discursivo que leva à refutação ou à comprovação de uma ideia. Uma pena ter deixado esse quadrinho sensacional parado tanto tempo na minha estante; afinal, para um tema intrincado como a lógica, nos faltam recursos didáticos. E é nesse contexto, de quem quer explicar o tema sem ser superficial, que essa obra reluz como joia rara.
A história da lógica é entremeada com a biografia de Bertrand Russell; por sua vez, a vida do filósofo aparece dentro de uma narrativa-moldura metalinguística, que discute o próprio processo da criação do quadrinho. O livro é de uma riqueza que dá até gosto por estudar matemática, mesmo para quem nunca se aventurou fora do campo das Humanas. E talvez essa seja a beleza da lógica, ciência que é metade discurso e metade cálculo, entremeio de razão e emoção.
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