De certa forma, este é mais um filme sobre o medo de perder-se no vazio e na escuridão; alguma teoria psicanalítica provavelmente deve dar conta de explicar por que tantas produções hollywoodianas se lançam ao espaço para, ao fim, querer mesmo voltar ao útero.
Há variáveis interessantes na obra: uma pessoa que se descobre em meio a uma viagem espacial que durará anos, a necessidade de escolher a morte de um dos membros da tripulação, o conflito entre o heroísmo e a racionalidade, apenas quatro personagens em foco durante todo o longa (quase remetendo ao diálogo dramático de uma peça teatral).
Entre as discussões subjacentes ao filme, está o fato de o personagem negro ser o intruso marcado para morrer – ainda que esse tema não aflore de maneira explícita em nenhum momento. O fato de a personagem mais franzina ser o modelo de heroísmo da narrativa também conta alguns pontos. Na somatória, é um filme clichê sobre o espaço, mas que escolhe um ou outro elemento diferente para criar a sua trajetória pelo vazio.
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