O canto de dor de Chimamanda ao narrar a morte de seu pai repercute em qualquer um de nós que já tenha vivenciado o luto. Mais do que o sentimento profundo da perda, o livro também compartilha a angústia de quem teve de acompanhar o velório de um ente amado pelo Zoom, em plena crise da covid-19.
Há um tom de diário nesses textos sobre a experiência da morte – um desabafo, um desespero. A obra não está preocupada em oferecer consolo aos que ficam, tampouco se constitui somente de homenagens ao pai. Trata-se mais de insistir no direito a ficar triste, o deixar-se lamuriar sobre o papel.
Não é uma obra para quem busca conforto. Entretanto, não é por isso que deixa de causar identificação – mesmo que seja entre lágrimas.
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