O primeiro filme ao qual assisti em 2021 foi Tenet; quase no final do ano, decidi ver Amnésia, que faz parte da filmografia inicial de Christopher Nolan. Não foi sem uma boa surpresa que percebi temas espelhados em ambas as produções, que retratam a fragilidade inerente a qualquer linha temporal. E ainda mais curioso é como o diretor consegue incorporar esse nó conceitual à sua carreira, com filmes distantes mais de 20 anos entre si, mas que parecem peças de um mesmo quebra-cabeça, sem começo e sem final possíveis.
Já havia visto uma adaptação bollywoodiana da trama (Ghajini), de que havia gostado bastante. No entanto, a versão indiana concentra-se no drama e na vingança do protagonista; no filme original, o ponto principal é embaralhar tanto os fatos a ponto de o espectador ficar tão confuso e incerto da verdade quanto o personagem principal.
Nolan aposta bastante em estruturas cíclicas em suas produções. Por mais que já conheçamos a fórmula, é difícil não se envolver e sair com a sensação de que precisamos reassistir à obra imediatamente após uma primeira exibição, em busca de significados ocultos e detalhes que passaram despercebidos. É um jogo com regras prontas, mas que nos convida a participar.
Comentários
Postar um comentário