Li recentemente Educação contra a barbárie, obra que é um grito revoltado contra as políticas oficiais de educação sob o desgoverno em que vivemos. Contudo, um dos pontos que me incomodou naquela leitura foi a perspectiva ainda muito tradicional da educação, como se trocar o presidente, mas mantendo o modelo correcional de ensino, resolvesse algo de fato.
Nessa perspectiva, Cuidado, escola! é um livro semelhante, mas com uma fundamentação realmente revolucionária. Também escrito contra os desmandos da política de sua época, o livro é assinado por vários intelectuais exilados durante a ditadura, incluindo nosso patrono Paulo Freire. Por meio de uma linguagem bastante acessível e exemplos fáceis, a obra consegue mostrar que é preciso arrancar as raízes que nos prendem a um modelo ultrapassado de ensino-aprendizagem.
A fim de ser democrática, a educação precisa dar voz a todos os envolvidos – um dos elementos que não ocorrem em Educação contra a barbárie. Os acadêmicos podem contribuir com a fundamentação teórica, mas pais e jovens são tão parte do processo quanto qualquer professor. Enquanto as vozes de todos não forem ouvidas, não há como se propor contra nenhuma barbárie.
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