Apesar de intitulado apenas Frankenstein, o volume traz duas obras bastante distintas: uma coletânea de contos de horror que tem como protagonistas alunos adolescentes e a adaptação propriamente dita da obra de Mary Shelley. Ao final, ainda há duas historinhas curtas sobre a cachorrinha maltês do autor, que não chegam a ser assustadoras, mas trazem o estilo característico do mangaka.
Quanto à primeira coletânea de histórias, demorei a perceber que se tratava de um mesmo núcleo de personagens, uma vez que cada uma narra uma aventura bastante distinta da outra. No entanto, o próprio mangá oferece uma explicação verossímil para essa realidade paralela – da qual algumas versões são mais interessantes que as outras.
A adaptação de Frankenstein, por sua vez, tem o mérito de recriar o monstro de forma realmente assustadora. Não há economia nas cenas que mostram Victor Frankenstein em cemitérios e serrando corpos para elaborar sua criatura. Além disso, outro ponto interessante é o de ser uma adaptação infiel: o autor resolve alguns elementos da trama de Mary Shelley com outras soluções, talvez ainda mais assustadoras. O autor parece identificar os buracos na história original, como as coincidências em excesso, e aproveita o gancho para resolver alguns problemas narrativos a seu próprio estilo.
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