Talvez Normal People tenha sido meu grande page-turner de 2021, além de série que maratonei com mais entusiasmo. Uma parte de mim se incomodou com tanta euforia: afinal, a linguagem despreocupada de Sally Rooney talvez dê um tom quase de guilty pleasure ao leitor literário que embarca em sua narrativa.
No entanto, o livro incomoda. E, em termos literários, isso é um bom sinal.
Entre os muitos elementos que nos são comuns na contemporaneidade (as mensagens de texto pelas redes, os diálogos lacônicos, as tardes passadas diante da televisão), a autora consegue pescar cenas que são alegorias pertinentes do que somos, nossa solidão e nossos problemas em nos comunicar. E o mais bonito é como Rooney consegue revestir toda essa mistura com a frágil pátina de uma história de amor confusa, mas preciosa.
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