São tantos os temas afins a quem está imerso no mundo da editoração, que nem sei por onde começar a enumerar os porquês de ter gostado deste filme. Entre as muitas discussões levantadas, temos:
- a falta de reconhecimento do tradutor;
- a devoção pela literatura;
- a pirataria (retratada como um elemento a ser considerado, não necessariamente como prática criminal);
- a baixa remuneração dos tradutores, especialmente quando comparada ao salário de um autor de best seller;
- o uso de pseudônimos;
- o anonimato;
- a figura do livreiro como alguém mais ligado a um mundo já extinto;
- os idiomas mais e menos privilegiados, considerando o recorte geopolítico dos países que os falam;
- a pesquisa inerente à profissão do tradutor;
- existir pelos livros.
Todos esses elementos são coloridos pelo matiz de um bom thriller, que cresce aos poucos. Assim como o romance a ser traduzido, o que o filme parece querer mostrar é que, por trás de aparentes estereótipos, podem se esconder elementos mais profundos. Dessa forma, há um recorte que inicialmente reduz os tradutores aos traços mais típicos de sua nacionalidade (o americano jovem e descolado, o grego em crise financeira, o italiano briguento, o chinês racional e moderno...), mas que é subvertido para envolver o espectador em uma trama empolgante.
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