Dois protagonistas que correm na direção um do outro, mas que raramente se encontram: talvez essa cena (que se repete com alguma insistência, aliás) consiga definir a ideia central de Licorice Pizza.
Na trama, um garoto de 15 anos se apaixona por uma mulher de 25/28, que aposta na ambiguidade ao enunciar a idade - provavelmente, para não recair na acusação de pedofilia. Mas há outros problemas, e até mais sérios, já que a passagem do tempo não é muito clara no enredo.
A protagonista de quem se espera mais maturidade é quem mais demora a se encontrar, passando de uma relação frustrada a outra e sem fixar raízes em nenhum emprego. O garoto de 15 é empresário e ator, e guia a suposta companheira a encontrar seu rumo enquanto o dele já está consolidado. Somada a uma cena de quase abuso da mulher adormecida, o filme está recheado de momentos incômodos.
Como comédia romântica, é um filme passável. Como obra saudosista dos anos 1970, também. Mas não é muito mais do que isso - e passa longe da complexidade de um "Magnólia", que usa música e sincronia de histórias de vida de uma maneira bem mais eficiente.
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