Ganhador do Oscar de 2021, "Nomadland" parece a continuação de outro filme a que assisti recentemente ("Sorry, we missed you"), em que um motorista de entregas trabalhava até o sufoco. Em "Nomadland", sequer o trabalho fixo resta: apenas a van para migrar de uma região do país a outra.
Ao fazer a protagonista contracenar com figuras reais e não atores, o filme borra as fronteiras entre o documentário e a ficção. E é justamente nesse esgarçamento que reside sua força. Revelar quão frágil é a fronteira entre uma classe média bem acomodada e os milhares de sem-casa (não necessariamente sem-teto) é um papel muito bem cumprido pela produção.
Entendo os motivos que levam a trama a, apesar da melancolia, mostrar os bons sentimentos que regem uma comunidade. Contudo, o fato de não haver nenhuma pessoa má no recorte proposto - considerando uma mulher em situação de vulnerabilidade - me pareceu pouco crível.
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