Com um início bem parado, "The Lamb" me causou uma primeira impressão de desconfiança: tive receio de que fosse mais um daqueles filmes premiados no Cannes, sem diálogos e repletos de naturezas-mortas incompreensíveis do cotidiano. Mas o longa está mais para um surrealismo desvairado que para a pasmaceira - o silêncio que marca os minutos iniciais tem um motivo.
Aliás, tudo tem um motivo no enredo, ainda que a premissa que o sustenta seja pura carnavalização. É daquelas obras que vale a pena rever desde o princípio após saber como acaba, só para perceber como todas as pontas foram bem amarradas.
E o que parece absurdo, além de questionar nossos limites de verossimilhança, resgata conflitos fundamentais que nos constituem enquanto humanos: a civilização e a barbárie, a natureza e a sociedade, o instinto e a racionalização.
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