Filme guatemalteco que traz muito dos conflitos próprios do país (e de grande parte da América Latina, Brasil incluído): a admiração irracional pelos Estados Unidos, o sonho de atravessar fronteiras, a contraposição entre rural e urbano, rico e pobre, floresta e concreto.
Ainda que o começo do longa pareça um pouco parado, vale a pena insistir em acompanhar a história da protagonista, uma adolescente prematuramente grávida. Não é preciso sequer lembrar de "Iracema", do José de Alencar, para perceber que uma nova vida em contexto de povos originários é sempre uma forte alegoria. Outra intertextualidade imprevista que ocorre ao longo da trama é uma quase recriação literal do diálogo de Fabiano com seu patrão em "Vidas secas". E não é à toa que a narrativa de Ixcanul desperta tantas referências - afinal, somos todos latinos.
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