Com algo de "Nomadland" (ou talvez alguma semelhança com os filmes de Ken Loach, marcados pelo esgarçamento da linha entre classe média e miséria), a primeira cena de "Inspire, expire" já nos leva para um contexto de pobreza remediada na Islândia.
Lembro-me de ter lido este ano (não recordo onde) que o pior tipo de pobreza é aquele que tem de ser disfarçado. É sobre isso que o filme trata, de forma geral: uma mãe que consegue o emprego sonhado na polícia imigratória e que precisa manter a aparência de estabilidade até o fim do período probatório. Aliás, que alegoria linda da narrativa para pensarmos em catracas sociais.
Também é uma história bonita sobre amizade e sororidade. Gosto muito de tramas que tematizam o encontro epifânico de desconhecidos - com uma pontadinha de esperança no meio do turbilhão de misérias, fica ainda melhor.
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