Tenho vontade de rever "O rei leão" desde que soube se tratar de uma releitura de Hamlet. Isso de saber um novo olhar para aquilo que já conhecemos é impactante - é impossível retirar a camada de significados, limpar nossa opinião do que agora a antecede. Não deu para não reconhecer Shakespeare. E não deu para não problematizar racismo, machismo e heteronormatividade.
Depois de uma aula da Heloisa Pires Lima (autora de "Histórias da preta") sobre estereótipos étnicos, o contraste entre Mufasa/Simba (leões de pelagem clara e másculos) e Scar (com pelagem escura e trejeitos afeminados) ficou gritante. É uma oposição muito forte entre o branco bom e o escuro (que é mau ou serviçal). Para não falar da ideia de governante predestinado e das fêmeas passivas. A parte gráfica é impressionante, mas não dá para esconder o simbolismo que carrega.
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