Costumo gostar demais de enredos que narram um encontro marcante – e efêmero – entre desconhecidos; sob esse aspecto, “A banda” talvez seja um dos meus filmes preferidos. Eran Kolirin, diretor israelense, escolhe como protagonista de sua história um grupo de músicos egípcios. A fusão dessas nacionalidades nas telas, apenas 3 anos antes da eclosão da Primavera Árabe, é permeada de interpretações geopolíticas.
A camada de leituras históricas é apenas uma das possibilidades de leitura da trama. São os conflitos humanos mais básicos que conduzem os personagens aqui: o embate entre uma geração conservadora e a irreverência da juventude, a liberdade e a opressão da mulher, a solidão e a convivência em família, o descaso pela arte e a necessidade que temos de compartilhar cultura.
É uma daquelas raras obras que conseguem dar conta do todo em pouco mais de 1 hora de filme – e nem por isso o ritmo é acelerado. De certa forma, é até um filme lento… mas na medida certa. A atmosfera mais parada, que reproduz a situação de impossibilidade de deslocamento dos personagens, culmina em um final dançante, efusivo.
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