No romance "A velocidade da luz", o protagonista tenta ensinar catalão a um colega de universidade, pois este deseja conhecer mais a fundo a obra da escritora Mercè Rodoreda. Curiosamente, o autor do romance - Javier Cercas - é catalão (ainda que escreva em espanhol). E, aliás, não são raros os casos de artistas da Catalunya que não produzem em sua língua materna, uma vez que o espanhol parece estar intrinsecamente atrelado à divulgação de uma obra (vide outro caso famoso: Carlos Ruiz Zafón). Se somarmos o contexto de uma língua pouco utilizada para a projeção internacional da literatura ao contexto do exílio durante a guerra, a figura de Rodoreda causa ainda mais impacto. Sem deixar de escrever na língua catalã, é ainda hoje um dos nomes mais reverenciados quando se fala na literatura dessa nação, em eterna disputa pela independência. Os 22 contos, escritos na França durante o exílio ao franquismo, constituem uma das primeiras obras reconhecidas pela escritora. Nela, já ...