Em meio a um deserto, luzes surgem no céu. Um disco voador saído dos episódios do Chapolim ocupa o fundo da cena e, de dentro dele, aparece o protagonista, nu, com um colar que parece de brinquedo no pescoço. Os primeiros cinco minutos de PK são para desanimar qualquer leigo em cinema de Bollywood a prosseguir na experiência (ou, ao menos, a tentar assistir ao filme esperando por algum conteúdo de qualidade). No entanto, a graça do cinema indiano está justamente aí - tirar uma deliciosa filosofia das imagens mais banais, clichês, exageradas. O mote patético de PK - um alienígena que desce à Terra e se espanta com nossa pluralidade religiosa - é, talvez, uma das poucas abordagens possíveis para debater um dos temas tabus: a fé. Com uma inocência arquetípica, o personagem principal faz o que tantos seguidores de crenças já deixaram de fazer há muito: ele questiona. Indaga. E, assim, provoca e cria uma legião de inimigos - dentro e fora das telas. O longa causou um grande rebuli...