Florbela Espanca é uma das minhas poetas preferidas - autora do começo do século XX, é dona de uma poética provocante (ainda mais se pensarmos o que significava ser mulher e escritora nessa época). Um filme sobre a escritora seria uma homenagem mais que merecida - no entanto, há tempos não via algo tão ruim nas telas. Como diria nosso poeta Bandeira, é a vida que poderia ter sido - e não foi. Tudo o que Florbela representou em vida foi estragado, após a sua morte, nesta obra pífia. Feminismo O amor dum homem? - Terra tão pisada! Gota de chuva ao vento baloiçada... Um homem? - Quando eu sonho o amor dum deus!... Como pode ser visto nos versos acima, Florbela, apesar dos muitos versos românticos escritos, sabe questionar o amor platônico como ninguém. Sua coragem, zombaria em relação ao sexo oposto é interpretado, no filme, por meio de uma personagem rasa. Feminismo é superficialmente visto como lesbianismo, adultério e amigos intelectuais boêmios. O foco da obra...