Por que inventei de assistir a uma comédia romântica, algo que tão pouco tem a ver com a minha personalidade? Porque, zapeando os canais, dei de cara com o Gael García Bernal. E, de fato, ele e as paisagens da Itália são as únicas coisas que valem a pena neste longa. E a protagonista merece ódio eterno por ter trocado o personagem de um Gael por um mocinho bem-comportado e bem sem-graça.
O livro de estreia de Ana Cristina Cesar é inovador desde a capa, em que aparece a figura ambígua de um útero. Fragmentada e polissêmica é também a poética, em que pululam versos telegráficos, por vezes de compreensão dificílima para o leitor. Não se trata de uma tentativa de hermetismo, pelo contrário; o que causa estranhamento nos poemas é sua simplicidade cortante, com associações inusitadas e bastante diretas. Além disso, os assuntos não se mantêm ao longo dos textos; Ana Cristina salta com naturalidade entre temas complexos e diversos. Apesar de curto, é uma livro de estreia potente, com muitas possibilidades de interpretação - antecipando a grande e breve obra deixada pela autora.
Comentários
Postar um comentário