“Macanudo” não é um termo muito usado em língua portuguesa, apesar de sua existência em nosso idioma. Para quem não sabe (nem eu fazia ideia), significa alguma coisa que é muito legal, bonita, agradável, que passa alegria e admiração. Portanto é uma palavra que transmite algo muito positivo. E é também um título bem apropriado para as tiras de Ricardo Siri Liniers.
Apesar de muitas tiras apresentarem histórias que não se marcam pelos seus personagens, alguns deles podem ser vistos com uma regularidade. Temos Enriqueta, a menina esperta com seu ursinho de pelúcia Madariaga e seu gato Fellini, com quem tem conversas profundas; há também os pinguins, os duendes, o robô sensível Z-25, o “homem que traduz os títulos dos filmes”, os pássaros, os sapos, os peixes.
Em sua maioria, os personagens de Liniers são simples. É o mímico medíocre, a garotinha esperta, pessoas realizando atividades comuns e rotineiras. Mas ele trata de assuntos comuns e rotineiros de uma forma encantadora, com uma certa mágica, de maneira que começamos a encarar as nossas próprias ações de forma diferente. Os próprios traços artísticos de suas tiras remetem à simplicidade e ingenuidade. Mas o quadrinista consegue ver através das atitudes banais e traz essa sua interpretação única, tornando o ordinário extraordinário.
Entre o humor, a crítica social e a emoção, Liniers delineia sua arte criando tiras inspiradas, divertidas e comoventes. Os volumes de Macanudo nos permitem algo incrível que os jornais, as plataformas originais das tiras de Liniers, não possibilitavam: ler várias tirinhas de uma vez. Pois é difícil ler somente uma e se dar por satisfeito.
Liniers já publicou até o nono volume de Macanudo, mas aqui no Brasil, por enquanto, foram publicados somente os cinco primeiros.
http://www.experimento42.com.br/review-macanudo-vol-1/
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