"Relatos Selvagens. A tragicomicidade do cotidiano.
“Que el mundo fue y será una porqueria ya lo sé… En el quinientos seis y en el dos mil también… Que siempre hay habido chorros, maquiávelos y estafáos, contentos y amargaos, valores y dublé… “ (Cambalache – Enrique Santos Discépolo)
Dirigido por Damián Szifron e produzido por ninguém menos do que os irmãos Pedro e Agustín Almodóvar, Relatos Selvagens inova no formato e na abordagem e, mais uma vez, valida a qualidade e versatilidade do cinema argentino.
A partir das pequenas grandes selvagerias já incorporadas ao nosso cotidiano – raiva, frustração, violência, corrupção, abuso de poder, traição, vingança, impotência, etc – Szifron tece uma antologia coesa, uniforme e de regularidade surpreendente!
São seis histórias independentes e que, em nenhum ponto, nem por mais leve sugestão, se cruzam ou dialogam entre si. Em comum? Aquele momento em que a corda, de tão esticada, arrebenta. Relatos de fúrias. Reações de revolta, vingança, rebeldia, saturação. O politicamente incorreto como resposta natural às violências da modernidade. Os lados selvagens mais íntimos afrontados ao seu limite pelos lados mais selvagens da difícil – cada vez mais difícil – convivência social.
Em humor negro da maior qualidade e tangenciando a linha do absurdo, cada história de Relatos Selvagens ecoa em identificação imediata. Um grupo de passageiros em um avião; duas funcionárias numa pequena lanchonete numa noite chuvosa; dois motoristas em uma estrada; um engenheiro especialista em implosões e o reboque do seu carro; uma família abastada envolvida num atropelamento com morte; uma festa de casamento. São essas as ambientações que permitem os desdobramentos inusitados e que dosam, em perfeição rara, o horror e o cômico.
Dos seis episódios, seis são geniais e dois geniais ao quadrado! O de abertura, por si só, já vale o filme e estabelece a temperatura que se mantém rigorosamente estável. O elenco é impecável, com destaque, obviamente, para Ricardo Darin, protagonista de apenas um dos episódios mas, como sempre, em atuação magistral e que já se confunde com o cinema argentino.
Relatos Selvagens é um pequena obra-prima de acidez, ousadia e estranhamento, costurado numa montagem cuidadosa de fotografia e trilha sonora. Certamente um dos melhores filmes de 2014 e fortíssimo candidato ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro!"
In: http://www.eugosto.de/relatos-selvagens-filme/
“Que el mundo fue y será una porqueria ya lo sé… En el quinientos seis y en el dos mil también… Que siempre hay habido chorros, maquiávelos y estafáos, contentos y amargaos, valores y dublé… “ (Cambalache – Enrique Santos Discépolo)
Dirigido por Damián Szifron e produzido por ninguém menos do que os irmãos Pedro e Agustín Almodóvar, Relatos Selvagens inova no formato e na abordagem e, mais uma vez, valida a qualidade e versatilidade do cinema argentino.
A partir das pequenas grandes selvagerias já incorporadas ao nosso cotidiano – raiva, frustração, violência, corrupção, abuso de poder, traição, vingança, impotência, etc – Szifron tece uma antologia coesa, uniforme e de regularidade surpreendente!
São seis histórias independentes e que, em nenhum ponto, nem por mais leve sugestão, se cruzam ou dialogam entre si. Em comum? Aquele momento em que a corda, de tão esticada, arrebenta. Relatos de fúrias. Reações de revolta, vingança, rebeldia, saturação. O politicamente incorreto como resposta natural às violências da modernidade. Os lados selvagens mais íntimos afrontados ao seu limite pelos lados mais selvagens da difícil – cada vez mais difícil – convivência social.
Em humor negro da maior qualidade e tangenciando a linha do absurdo, cada história de Relatos Selvagens ecoa em identificação imediata. Um grupo de passageiros em um avião; duas funcionárias numa pequena lanchonete numa noite chuvosa; dois motoristas em uma estrada; um engenheiro especialista em implosões e o reboque do seu carro; uma família abastada envolvida num atropelamento com morte; uma festa de casamento. São essas as ambientações que permitem os desdobramentos inusitados e que dosam, em perfeição rara, o horror e o cômico.
Dos seis episódios, seis são geniais e dois geniais ao quadrado! O de abertura, por si só, já vale o filme e estabelece a temperatura que se mantém rigorosamente estável. O elenco é impecável, com destaque, obviamente, para Ricardo Darin, protagonista de apenas um dos episódios mas, como sempre, em atuação magistral e que já se confunde com o cinema argentino.
Relatos Selvagens é um pequena obra-prima de acidez, ousadia e estranhamento, costurado numa montagem cuidadosa de fotografia e trilha sonora. Certamente um dos melhores filmes de 2014 e fortíssimo candidato ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro!"
In: http://www.eugosto.de/relatos-selvagens-filme/
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