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Deus foi almoçar (Ferréz)

Já havia lido "Capão Pecado", de Ferréz, na época de um boom de literatura marginal (coincidente com o lançamento do filme "Cidade de Deus"). Do meu primeiro contato com o autor, não lembro de guardar más recordações. No entanto, o mesmo não se passou com este livro.

O próprio autor declarou que "Deus foi almoçar" é uma obra diferente, muito distinta de tudo o que ele tenha feito antes. Apesar de ser cheia de frases marcantes, o romance, de modo geral, é muito mal escrito.

Não se trata de uma crítica à literatura marginal, nem ao modo de se expressar de um personagem que usa linguagem bastante informal. O problema é o livro em si, um dos piores que li (na verdade, depois das 50 primeiras páginas, apenas passei o olho pelas restantes). O protagonista não vê sentido na própria vida e fica entediando o leitor com seu chororô pelo casamento perdido e descrições quilométricas do seu potente órgão sexual. É chato, é repetitivo, é entediante. E é inverossímil - como quando o personagem, em um ônibus que está sendo assaltado, pede que o bandido, por favor, o mate. 

Deus foi almoçar - e é isso que eu deveria ter feito também, em vez de perder tempo com esse livro.



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