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Os 33 (filme de 2015)

Este é não apenas um filme baseado em fatos reais, mas também uma obra cujo contrato foi assinado no calor do momento: pelo mesmo cano usado para receber água e comida, os mineiros receberam a proposta de Hollywood (que comprou todos os direitos dessas histórias de vida para sempre).

Como se já não bastasse essa apropriação da tragédia, o filme é o típico retrato estadunidense sobre o restante da América: bota o Antonio Banderas, o Rodrigo Santoro e mais alguns atores latinos... para falarem inglês. Por que a preocupação, então, de buscar atores do lado sul da América? Porque eles têm "cara" de latinos? 

O filme não só pasteuriza a ideia de latinidade (partindo do pressuposto de que todos são iguais), como reforça o preconceito dos mineiros chilenos em relação ao único boliviano. Ainda que esse preconceito existisse, a produção não o discute criticamente; pelo contrário, o reforça, ajudando a ridicularizar o seu personagem boliviano.

O único ponto positivo da obra é mostrar o quanto os donos da mina não se importaram com a tragédia de seus funcionários. No entanto, até isso é discutível: no final, por exemplo, enquanto é relatado que os mineiros não foram indenizados até hoje, toca uma musiquinha alegre de fundo. Afinal, para que se preocupar com os dramas desses mineiros? O importante é o espetáculo.



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