Quando se começa a leitura dessa obra, é difícil não traçar comparações com Vidas Secas, de Graciliano Ramos - ambos os livros trazem em comum as temáticas da seca, da fome, do homem animalizado, da injustiça social. Manuel Lopes, cabo-verdiano, não nega a influência do escritor brasileiro; no entanto, sua obra vai muito além da inspiração graciliana, e compõe um cenário intenso e único.
Ao contrário de Vidas Secas, em que os protagonistas animalizados não conseguem captar nossa empatia, os flagelados de Lopes, apesar de seus problemas de comunicação e de certa brutalidade, nos cativam de forma profunda. Assim, torna-se muito mais triste ver suas esperanças desmanchadas, sua fome absurda, seus problemas sem solução.
O livro se inicia trazendo cenas alegres, com a chegada de um temporal intenso, que traz esperança a todos os viventes da região retratada da ilha. Ao ver o modo como eles lidam com a chuva (que também traz estragos), sempre perseverantes, é desolador assistir ao lento abandono desses homens, pela natureza e pela justiça.
Cada novo capítulo se abre a um panorama ainda mais desolador, cenas de cortar o coração do mais insensível leitor. O único respiro no desenrolar da trama é o breve intervalo amoroso entre Leandro e a moça encontrada por ele a morrer de fome na beira da estrada - e é interessante observar que um dos personagens que mais nos comovem é ladrão e assassino.
É uma obra magistral, que nos leva a uma ampla reflexão sobre as consequências da injustiça social, e nos faz chorar por toda a humanidade.
Ao contrário de Vidas Secas, em que os protagonistas animalizados não conseguem captar nossa empatia, os flagelados de Lopes, apesar de seus problemas de comunicação e de certa brutalidade, nos cativam de forma profunda. Assim, torna-se muito mais triste ver suas esperanças desmanchadas, sua fome absurda, seus problemas sem solução.
O livro se inicia trazendo cenas alegres, com a chegada de um temporal intenso, que traz esperança a todos os viventes da região retratada da ilha. Ao ver o modo como eles lidam com a chuva (que também traz estragos), sempre perseverantes, é desolador assistir ao lento abandono desses homens, pela natureza e pela justiça.
Cada novo capítulo se abre a um panorama ainda mais desolador, cenas de cortar o coração do mais insensível leitor. O único respiro no desenrolar da trama é o breve intervalo amoroso entre Leandro e a moça encontrada por ele a morrer de fome na beira da estrada - e é interessante observar que um dos personagens que mais nos comovem é ladrão e assassino.
É uma obra magistral, que nos leva a uma ampla reflexão sobre as consequências da injustiça social, e nos faz chorar por toda a humanidade.
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