É muito difícil não se deixar agradar pela leitura de "Os miseráveis" - nas pouco mais de 1500 páginas do livro, algum trecho deve conseguir cativar o leitor, por mais diverso que seja o público receptor deste romance ao longo dos séculos. São tantos os personagens, situações e contextos descritos no livro que é difícil não sentir empatia por alguma faceta do grande cenário humano desenhado por Victor Hugo.
O primeiro que se deve saber, contudo, antes de começar a leitura, é que trata-se de um romance com forte cunho historiográfico. Além de acompanhar as intrigas da vida de Jean Valjean, Javert, Cosette, Fantine, o leitor será informado sobre toda a situação política da França (especialmente em Paris) alguns anos após a Revolução Francesa. Uma vez que o autor escreve aos seus contemporâneos, um pouco de pesquisa histórica antes da leitura ajudará a entender não só o contexto, mas as opiniões políticas do narrador, indispensáveis para compreender o desenrolar da trama.
Após apresentar seus personagens (e nos envolver em uma narrativa cheia de mistério, perseguições, vinganças e outros apuros pelos que passam os muitos miseráveis povoadores destas páginas), o autor vai aos poucos intercalando os capítulos da história com capítulos opinativos, nos quais o narrador tenta nos convencer de sua opinião política ou filosófica. Apesar de importantes para o desenvolvimento da trama, as digressões do narrador são mais densas e exigem uma leitura mais atenta, por vezes acompanhada de pesquisa sobre os dados históricos que são discutidos.
O ritmo da narrativa é instigante, principalmente nas várias cenas em que, por pouco, Javert não consegue capturar o antigo forçado Jean Valjean. Assim, a leitura varia entre um tom mais acelerado, no desenrolar da história, e mais lento, para acompanhar as opiniões do narrador.
O fato de os personagens não se renderem a estereótipos maniqueístas é outro ponto que enriquece a estrutura do enredo: com personagens esféricos, não dá para prever para onde a trama se encaminhará. Os únicos que são apresentados como sendo figuras mais puras, que pecam por inocência, são, coincidentemente, os personagens mais desprezíveis da obra: o casal Cosette e Marius, jovens egoístas e tolos que são retratados como a razão de viver do pai postiço e do avô, respectivamente.
É uma obra de peso, literalmente - não é à toa um dos grandes clássicos da literatura.
O primeiro que se deve saber, contudo, antes de começar a leitura, é que trata-se de um romance com forte cunho historiográfico. Além de acompanhar as intrigas da vida de Jean Valjean, Javert, Cosette, Fantine, o leitor será informado sobre toda a situação política da França (especialmente em Paris) alguns anos após a Revolução Francesa. Uma vez que o autor escreve aos seus contemporâneos, um pouco de pesquisa histórica antes da leitura ajudará a entender não só o contexto, mas as opiniões políticas do narrador, indispensáveis para compreender o desenrolar da trama.
Após apresentar seus personagens (e nos envolver em uma narrativa cheia de mistério, perseguições, vinganças e outros apuros pelos que passam os muitos miseráveis povoadores destas páginas), o autor vai aos poucos intercalando os capítulos da história com capítulos opinativos, nos quais o narrador tenta nos convencer de sua opinião política ou filosófica. Apesar de importantes para o desenvolvimento da trama, as digressões do narrador são mais densas e exigem uma leitura mais atenta, por vezes acompanhada de pesquisa sobre os dados históricos que são discutidos.
O ritmo da narrativa é instigante, principalmente nas várias cenas em que, por pouco, Javert não consegue capturar o antigo forçado Jean Valjean. Assim, a leitura varia entre um tom mais acelerado, no desenrolar da história, e mais lento, para acompanhar as opiniões do narrador.
O fato de os personagens não se renderem a estereótipos maniqueístas é outro ponto que enriquece a estrutura do enredo: com personagens esféricos, não dá para prever para onde a trama se encaminhará. Os únicos que são apresentados como sendo figuras mais puras, que pecam por inocência, são, coincidentemente, os personagens mais desprezíveis da obra: o casal Cosette e Marius, jovens egoístas e tolos que são retratados como a razão de viver do pai postiço e do avô, respectivamente.
É uma obra de peso, literalmente - não é à toa um dos grandes clássicos da literatura.
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