Minha última leitura de Camilo havia sido ainda na época do vestibular: o sofrível "A brasileira de Prazins". Sem ter estudado nada do autor na faculdade, foi com um pouco de receio que mergulhei neste título metonímico - e, para a minha surpresa, não foi sem prazer que o fiz.
Ao tecer críticas muito ácidas ao Romantismo (sendo que este livro foi publicado no mesmo ano do choroso "Amor de perdição"), o autor se mostra versátil, com um olhar sarcástico sobre a própria escrita e, acima de tudo, bem à frente de seu tempo. Ainda que seja quase que unanimemente rotulado como ultrarromântico, um livro como "Coração, cabeça e estômago" bota toda a classificação literária relativa ao autor em xeque.
O aspecto que mais me interessou no livro, contudo, é exterior a ele: me encantou ver paralelismos possíveis entre este romance e o "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis. Uma leitura atenta deixa muito visível o quanto o nosso brasileiro se inspirou no seu par português ao compor uma narrativa ainda mais sarcástica e sagaz. São as delícias da literatura: descobrir na voz de um autor outras vozes, pensamentos, filosofias...
Ao tecer críticas muito ácidas ao Romantismo (sendo que este livro foi publicado no mesmo ano do choroso "Amor de perdição"), o autor se mostra versátil, com um olhar sarcástico sobre a própria escrita e, acima de tudo, bem à frente de seu tempo. Ainda que seja quase que unanimemente rotulado como ultrarromântico, um livro como "Coração, cabeça e estômago" bota toda a classificação literária relativa ao autor em xeque.
O aspecto que mais me interessou no livro, contudo, é exterior a ele: me encantou ver paralelismos possíveis entre este romance e o "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis. Uma leitura atenta deixa muito visível o quanto o nosso brasileiro se inspirou no seu par português ao compor uma narrativa ainda mais sarcástica e sagaz. São as delícias da literatura: descobrir na voz de um autor outras vozes, pensamentos, filosofias...
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