O padre Antônio Vieira foi uma das figuras mais interessantes do séc. XVII - com um poder de eloquência surpreendente, viajou pelo mundo (em uma época em que as rotas marítimas eram aventuras, muitas vezes, fadadas ao fracasso) pregando a palavra dita divina com a desenvoltura e a erudição aprendida nos clássicos. Não é de estranhar que sua história continue tendo tantas reverberações, ainda que 4 séculos depois de sua morte.
Manoel de Oliveira, diretor português famoso por adaptações literárias, constrói um filme que, se é belo em algumas cenas, é também duro, quase incompreensível em outras. A narração dos fatos do longa-metragem exige, do espectador, uma certa compreensão antecipada dos fatos e das obras de Vieira. Assim, não é uma produção didática ou de apresentação, mas sim um cinema feito para iniciados na linguagem deste barroco.
Ainda que facilitar um enredo possa descambar em uma superficialização da trama, acredito que Oliveira tenha perdido uma ótima oportunidade de tornar seu filme ainda mais potente. O diretor, que tanto parece amar Vieira, não aprendeu uma de suas premissas básicas: a linguagem clara, coesa, com foco em argumentos e sem excessos de rococós. Se nos seus sermões tudo vinha tão bem definido e explicado, por que não imitar Vieira na forma, além do conteúdo?
Manoel de Oliveira, diretor português famoso por adaptações literárias, constrói um filme que, se é belo em algumas cenas, é também duro, quase incompreensível em outras. A narração dos fatos do longa-metragem exige, do espectador, uma certa compreensão antecipada dos fatos e das obras de Vieira. Assim, não é uma produção didática ou de apresentação, mas sim um cinema feito para iniciados na linguagem deste barroco.
Ainda que facilitar um enredo possa descambar em uma superficialização da trama, acredito que Oliveira tenha perdido uma ótima oportunidade de tornar seu filme ainda mais potente. O diretor, que tanto parece amar Vieira, não aprendeu uma de suas premissas básicas: a linguagem clara, coesa, com foco em argumentos e sem excessos de rococós. Se nos seus sermões tudo vinha tão bem definido e explicado, por que não imitar Vieira na forma, além do conteúdo?
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