Livro que originou o filme homônimo, "Raízes de Aninha" é uma bela investigação em torno da vida da poeta mato-grossense, tão inferiorizada pela crítica. Dialogando com o nosso tempo, de redescoberta das grandes mulheres que acabaram sendo silenciadas/esquecidas, o trabalho de arqueologia pessoal dos autores ajuda a desmitificar a ideia de uma Cora doce, passiva, frágil.
A ideia, amplamente difundida, de que Cora é uma escritora tardia (que só publicou o primeiro livro aos 75 anos) é negada com base em vários documentos. Publicar não foi um acaso na vida da autora, que desde adolescente esteve envolvida com a imprensa, escrevendo vários artigos para jornais e revistas da época. Além disso, já era considerada como uma grande escritora por seus pares - antes mesmo de lançar a primeira obra. Afinal, empreendedora e ativa, Cora Coralina se fazia ouvir mesmo sem o apoio formal do livro impresso.
Os vários trechos de entrevista em que a própria autora desmente o mito da sua idade são alguns dos mais deliciosos da biografia. É muito interessante ver o quanto ela sabia da imagem que havia sido construída em torno de si e a negava - se algum jornalista desavisado perguntava a sua idade, ela simplesmente não o respondia. Para Cora, quem quisesse saber de sua poesia era bem-vindo; quem quisesse saber da velhinha escritora, podia ir embora.
A biografia se sustenta muito em função da vida incrível de sua protagonista. No entanto, é um livro com vários problemas de revisão e um estilo um tanto pedante de seus escritores. É daquele tipo de obra que não vê defeitos na vida do biografado, e inunda-o com adjetivos quilométricos. Fica faltando no mercado uma biografia menos apaixonada sobre a escritora; no entanto, o esforço de desmitificá-la já foi bastante louvável.
A ideia, amplamente difundida, de que Cora é uma escritora tardia (que só publicou o primeiro livro aos 75 anos) é negada com base em vários documentos. Publicar não foi um acaso na vida da autora, que desde adolescente esteve envolvida com a imprensa, escrevendo vários artigos para jornais e revistas da época. Além disso, já era considerada como uma grande escritora por seus pares - antes mesmo de lançar a primeira obra. Afinal, empreendedora e ativa, Cora Coralina se fazia ouvir mesmo sem o apoio formal do livro impresso.
Os vários trechos de entrevista em que a própria autora desmente o mito da sua idade são alguns dos mais deliciosos da biografia. É muito interessante ver o quanto ela sabia da imagem que havia sido construída em torno de si e a negava - se algum jornalista desavisado perguntava a sua idade, ela simplesmente não o respondia. Para Cora, quem quisesse saber de sua poesia era bem-vindo; quem quisesse saber da velhinha escritora, podia ir embora.
A biografia se sustenta muito em função da vida incrível de sua protagonista. No entanto, é um livro com vários problemas de revisão e um estilo um tanto pedante de seus escritores. É daquele tipo de obra que não vê defeitos na vida do biografado, e inunda-o com adjetivos quilométricos. Fica faltando no mercado uma biografia menos apaixonada sobre a escritora; no entanto, o esforço de desmitificá-la já foi bastante louvável.
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