Somos muito dos livros que lemos - o que torna cada experiência no mundo da leitura única, pois é construtora de uma identidade singular. Curador da TAG do mês de janeiro, Luis Fernando Verissimo foi uma criança alfabetizada em inglês, o que o tornou bastante familiarizado com o idioma e toda a sua cultura. Ao escolher o livro do mês, o autor apostou em uma obra que pouco cativa quem não tem a mesma familiaridade com as referências culturais da língua inglesa.
"Retorno a Brideshead" tem elementos que o aproximam de séries como "Downton Abbey" e "The Crown", mas não consegue tantos fãs brasileiros quanto essas produções televisivas. São muitas as referências específicas da cultura britânica - mesmo com o apoio de várias notas de rodapé, é difícil identificar-se com a narrativa.
O ponto de maior interesse na trama talvez seja o fato de retratar, de forma implícita, um relacionamento homossexual e, de forma explícita, o panorama da sociedade inglesa de alta classe durante o início do século XX. No entanto, mesmo esses aspectos não se sustentam inteiramente - de um lado, o afeto homoafetivo do protagonista "desaparece" da trama, como se o personagem tivesse sido esquecido por seu próprio autor; de outro, a vida extremamente fútil dos burgueses endinheirados, depois de certo tempo, passa a ser irritante para o leitor.
O livro conta com um ou outro trecho extremamente belo, o que o torna, afinal, digno de leitura. No entanto, é preciso ser perseverante; são poucas as cenas e descrições que realmente cativam no total de páginas.
"Retorno a Brideshead" tem elementos que o aproximam de séries como "Downton Abbey" e "The Crown", mas não consegue tantos fãs brasileiros quanto essas produções televisivas. São muitas as referências específicas da cultura britânica - mesmo com o apoio de várias notas de rodapé, é difícil identificar-se com a narrativa.
O ponto de maior interesse na trama talvez seja o fato de retratar, de forma implícita, um relacionamento homossexual e, de forma explícita, o panorama da sociedade inglesa de alta classe durante o início do século XX. No entanto, mesmo esses aspectos não se sustentam inteiramente - de um lado, o afeto homoafetivo do protagonista "desaparece" da trama, como se o personagem tivesse sido esquecido por seu próprio autor; de outro, a vida extremamente fútil dos burgueses endinheirados, depois de certo tempo, passa a ser irritante para o leitor.
O livro conta com um ou outro trecho extremamente belo, o que o torna, afinal, digno de leitura. No entanto, é preciso ser perseverante; são poucas as cenas e descrições que realmente cativam no total de páginas.
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