Neste diálogo platônico, sob a orientação de Sócrates alguns pensadores da época iniciam uma reflexão acalorada com um objetivo bastante definido: desmascarar os sofistas. Ainda que hoje nossa visão histórica reconheça a importância dos sofistas para o desenvolvimento do raciocínio na Antiguidade grega, não era esta a visão predominante entre seus contemporâneos filósofos.
A grande problemática que se coloca para os homens envolvidos neste diálogo é como provar, argumentativamente, que os sofistas não podem ser considerados filósofos. Como os sofistas trabalham justamente pela perversão de argumentos puros, é preciso uma análise cuidadosa para, ao definir estas personagens e seus métodos, não se cair igualmente em sofismas.
Ao lado da discussão sobre o que é ser sofista, encaminha-se paralelamente um debate sobre o ser e o não ser. Com uma abordagem assim ampla, não é de estranhar que hoje essas reflexões soem bastante confusas, gerando um grande estranhamento no leitor contemporâneo. Os jogos de linguagem e raciocínio se desenvolvem em um ritmo quase frenético na obra, em uma tentativa de responder a uma grande soma de perguntas sobre a essência do ser. Livro curto e denso, é um ótimo exercício para repensar a linguagem, a filosofia e os seus limites.
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