Não sou usualmente o público-alvo para talk shows; no entanto, após assistir ao incrível Nanette, tentei reconsiderar minha indisposição com o gênero. Assim, minha expectativa em relação ao América Latina para imbecis era a de um programa que soubesse abordar, com ironia, os preconceitos que cercam a latinidade nos Estados Unidos (tal como Hannah Gadsby soube tão bem fazer em relação a questões de gênero).
De fato, o monólogo de John Leguizamo apresenta informações históricas bem fundamentadas (inclusive com a leitura de trechos de vários livros sobre o tema, como As veias abertas da América Latina). Contudo, para tornar o seu discurso mais próximo do tom da comédia, o artista abusa de vários recursos do pastelão: desde cenas de cueca a passinhos de cumbia no palco.
Além do mais, ao defender sua latinidade Leguizamo não repensa os demais estereótipos de que faz uso: assim, exagera nas imitações de indianos, mulheres, negros e outras minorias que igualmente constituem a parcela oprimida da sociedade. Para um programa que tenta tocar em temas sérios (e com a profundidade que lhes é devida), não convence.
De fato, o monólogo de John Leguizamo apresenta informações históricas bem fundamentadas (inclusive com a leitura de trechos de vários livros sobre o tema, como As veias abertas da América Latina). Contudo, para tornar o seu discurso mais próximo do tom da comédia, o artista abusa de vários recursos do pastelão: desde cenas de cueca a passinhos de cumbia no palco.
Além do mais, ao defender sua latinidade Leguizamo não repensa os demais estereótipos de que faz uso: assim, exagera nas imitações de indianos, mulheres, negros e outras minorias que igualmente constituem a parcela oprimida da sociedade. Para um programa que tenta tocar em temas sérios (e com a profundidade que lhes é devida), não convence.
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