Talvez meu primeiro contato com uma abordagem mais séria do termo "bipolar" tenha sido ao assistir a um episódio da série Modern Love, com Anne Hathaway. Longe de ser uma produção televisiva com ares documentais, o episódio não precisava se aprofundar muito para mostrar o quanto esse distúrbio é muito mais complexo do que como é julgado à primeira vista.
Experiência semelhante ocorreu durante a leitura de "Parafusos": o quadrinho, com características autobiográficas, não se propõe a ser um estudo científico sobre a bipolaridade. No entanto, é com base em leituras da psicologia e da história da arte que a autora se propõe uma questão instigante: a arte precisa estar ligada ao que é taxado como loucura? Ou, em outros termos: é possível ser criativo e medicado?
Em alguns momentos, o quadrinho é realmente genial ao retratar, por meio de ilustrações com traços muito diferentes, a bipolaridade por meio de um recurso gráfico. Por mais que nem sempre a trama tenha me prendido à leitura, o diálogo com a arte e com a ciência, em busca de uma definição da criatividade, é extremamente rico.
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