Apesar de ter demorado mais de duas décadas para finalmente assistir a Matrix, tive a vantagem de poder entender o porquê de o filme ser considerado um clássico – afinal, ele resistiu bem à passagem do tempo. Com exceção dos computadores de tubo, o restante das explicações tecnológicas que a história apresenta continuam verossímeis, considerando o contexto da ficção científica.
Um dos pontos que mais me pareceu atual foi o trabalho com a diversidade. Muito antes de algumas pautas étnicas e feministas ressurgirem com força, já havia a preocupação de colocar vários personagens negros em posição de destaque, além de uma protagonista típica do lema #fightlikeagirl.
Ainda que as cenas de luta tenham me cansado um pouco, o fato de terem uma motivação forte atrelada ao cerne do enredo foi o suficiente para me fazer gostar deste primeiro filme, mas não a ponto de me aguçar a ver as continuações feitas até agora.
Vulgarizado após a criação dos reality shows , o livro de George Orwell se tornou um daqueles clássicos que todos comentam e que ninguém leu. Qualquer um quer falar com propriedade do Grande Irmão, da sociedade vigiada, mas todos esses clichês não chegam perto do clima opressor que o autor impõe à sua narrativa. 1984 é uma obra provocativa e premonitória. Ainda que as ditaduras não tenham obtido o poder previsto pelo escritor (pois se travestiram de democracia), os cenários descritos são um retrato mordaz dos nossos tempos modernos. Um exemplo: para entreter a grande massa (os "proles"), o governo do Grande Irmão tem em seu poder máquinas que criam letras de músicas de amor aleatoriamente. Essas canções, desprovidas de essência humana, são entoadas pelo povo e logo se tornam o ritmo do momento. E assim se revela mais um dos inúmeros meios de controlar uma população que não pensa, não critica e não questiona. Quando foi escrito, 1984 era uma obra futurística. Lido h...
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