Ser norueguês talvez tenha sido um bom álibi para o diretor deste documentário, Håvard Fossum, conseguir entrevistas poderosas em países tão diversos como Índia, Irã, Alemanha, Sudão do Sul, China e Estados Unidos. Todas essas incursões pelo mundo são motivadas a entender como a censura funciona e se, em algum caso, ela poderia ser moralmente justificável.
Ainda que seja organizado em blocos (cada um correspondendo a um país pelo qual o diretor passou), há uma malícia instigante no modo de dispor os recortes de entrevistas e de cenas capturadas nos diferentes locais. Pelo modo como as informações são colocadas, nos deparamos com muitas perguntas em aberto, ironias, contradições... sem que haja a necessidade de uma legenda explicativa. O efeito é o de mostrar uma direção que confia em um público inteligente, capaz de chegar a conclusões próprias pelo simples amálgama das cenas.
Outro ponto fundamental para a coerência do documentário é o de não chegar a uma resposta, em momento algum. Ainda assim, as questões levantadas são extremamente pertinentes em qualquer canto do mundo, já que a censura parece inevitavelmente atrelada a toda manifestação cultural.
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