Terceira vez a que assisto ao filme, Magnólia continua sendo uma boa incógnita para mim. Ainda que saia com a sensação de dúvida a cada exibição – afinal, é um filme de que gosto ou não? –, o veredito acaba sendo positivo ao final. Se uma obra é capaz de incomodar, geralmente é porque tem elementos que também a fazem perdurar.
Nesse novo contato com o filme, o incômodo com o personagem do coach machista foi maior, mas ainda acredito que haja um porquê que fundamente a construção dessa figura no contexto caótico da narrativa. Não se trata de uma apologia, mas de uma crítica, mesmo que os limites entre esses dois pontos sejam bastante esfumados e dependam da interpretação do espectador.
O personagem do enfermeiro ganhou um novo encanto para mim dessa vez, como se fosse a alegoria do que nós, enquanto espectadores, sentimos ao ver o filme. Ele encarna o interesse profundo pela história dos outros, que tanto nos faz falta. Já a figura do policial continua sendo minha preferida, ainda que haja certo tom profético e religioso em suas aparições. Contudo, em uma obra que trata de pragas bíblicas, não se poderia esperar menos do que o contato com esses temas. E, novamente, eles podem estar presentes apenas para serem vistos sob uma mirada mais analítica.
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