Quando pensamos em música clássica, geralmente nossas imagens mentais são associadas ao paradigma europeu: musicistas vestidos em terno, orquestras, uma arte valorizada pela elite. Em O discípulo, temos contato com outra ideia da música clássica: aquela que é ignorada, cada vez mais mesclada ao pop em busca de reconhecimento, com seus poucos artistas reconhecidos academicamente, mas sem nenhum apoio ou incentivo financeiro.
São várias as reflexões sobre a importância da música e o fazer musical que permeiam o filme. Algumas delas são bastante incômodas, já que parece haver a defesa de uma pureza do estilo musical. Trata-se de uma reivindicação válida, dado o contexto apresentado, mas que ainda assim incomoda quem defende um viés musical mais democrático, aberto a todos os estilos.
Apesar de uma ou outra cena esquisita, que pouco dialoga com o enredo, no geral o filme se sustenta muito bem e traz muito o que pensar sobre arte, os contratempos entre o antigo e o moderno e a eterna situação periclitante de quem vive do fazer artístico.
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