A direção de Ken Loach sabe como descascar as feridas do nosso mal-estar contemporâneo. Assim como no excelente "Eu, Daniel Blake", este filme mais recente de sua produção é de uma desolação tremenda. E o que potencializa essa tristeza é a consciência de quão perto ela está de nós, de nossa frágil situação de classe média em um mundo que continuamente despeja mais pessoas para a linha de pobreza... ou abaixo dela.
O incômodo que as cenas do protagonista causam é bastante palpável e dá a tônica de boa parte da obra. Contudo, há outros aspectos na trama que ajudam a contrabalançar essa sensação, ainda que nada gere alívio. Os diálogos com o filho, de uma geração que ainda acredita em mudança, são um desses pontos fortes da narrativa.
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